2 de junho de 2010

Patchwork Heroes, inovação insólita!



Patchwork Heroes
















Ultimamente tenho jogado muito mais em portáteis do que nos videogames de mesa. O motivo é particular o bastante pra que ninguém precise saber (mas envolve passar horas e horas em transportes públicos nessa calorosa, amorosa e acolhedora cidade).

LocoRoco, Patapon, flOw, Echochrome... não é só o DS quem tem sua prole de maravilhas originalíssimas. O PSP não fica atrás. Garanto-lhes. E agora me aparece essa pequena maravilha, essa pérola escondida nas profundezas do oceano que não ouço ninguém falar sobre: Patchwork Heroes. Sabe do que eu tô falando? Já jogou? Vá atrás de jogar. Sério. A princípio vai gerar aquela estranheza que qualquer jogo insólito causa. Mas ei, get over it!

A apresentação é lindíssima: menus, cutscenes, até mesmo a tela de Press Start. Coisa fina. Os gráficos são como aqueles livros infantis que os cenários e personagens são coloridos com papel camurça ou veludo. Aquele 2d chapado, que lembra as artes da Idade Média, onde os caras não tinham muita noção de perspectiva e tal. Peculiar. Bonito de se ver. E de se ouvir também. As músicas são engraçadas e se encaixam, e os personagens conversam naquele clássico estilo Banjo-Kazooie (que eu particularmente gosto, mas tenho amigos que simplesmente detestam. Conheço um otário que deixou de jogar Okami por conta disso. Se danou. Perdeu um dos melhores jogos desta década).

Mas ei, lhes digo ó ávidos: o melhor aqui é a jogabilidade. Um bando de naves gigantes querem por sei lá qual motivo bombardear sua cidade. Então cabe a você e sua trupe destruir as naves. Como? Evidentemente que pulando na nave e a destruindo pedaço por pedaço. Com serrotes! Genial! O círculo, se segurado e dado uma direção, serra a superfície; quadrado usa uma bomba que tem um campo de alcance grande e destrói superfícies que você com o serrote normalmente não consegue danificar (que são pedaços de ferro), cada bomba sacrifica um de seus parceiros, sendo que geralmente você começa cada estágio com 3 e pode levar consigo até 5 (sim, existem camaradas presos e você pode salvá-los). A variedade de inimigos é grande e cada um reage de uma forma as suas ações. Quando um inimigo é morto (ou via bomba, ou derrubando aquele pedaço de nave que ele está) você é recompensando com pontos de Mojo. Ao lado esquerdo da tela vê-se uma barra que enche conforme esses pontos são adquiridos. A qualquer momento, desde que se tenha o mínimo de Mojo, você pode apertar triângulo e acionar uma espécie de modo berserk no qual seus personagens, em alta velocidade, saem serrando tudo que encontram pela frente (inclusive superfícies de metal). Utilissíssimo e, se usado no momento certo, pode te salvar de uma catástrofe (como o jogo mostra quando você morre! haha!) Cuidado para não serrar o pedaço maior e cair junto com o pedaço menor! Isso sempre costuma acontecer... Nas naves encontram-se itens que podem aumentar sua velocidade por um certo período de tempo, paralisar os inimigos por alguns instantes, aumentar sua barra de mojo ou mudar a direção e alcance de suas bombas.

Pode parecer um pouco complicado a princípio, mas é aquele tipo de jogo que se gosta ou odeia logo de cara. Caso odeie, azar o seu. Cai fora. Caso goste, vai aprender rápido. E vos digo, ó cnidários, os estágios finais são bastante difíceis. O enredo do jogo se desenvolve bem e, surpreendentemente, faz com que você crie um vínculo com as personagens. As cutscenes são sempre um show a parte, em grande parte por ter gráficos tão pouco convencionais. E o final é hilário!Recomendado pra qualquer jogador curioso que está de saco cheio desse bando de jogos de tiro e guerra e essas merdas todas. Patchwork Heroes não vai te decepcionar.

Pontos Positivos

- Estilosíssimo: menus, jogabilidade, trilha e tudo que diz respeito à direção artística;
- Grande e abarrotado de extras: só a parte da biografia de cada habitante da cidade, para mim, já vale o jogo;
- Jogo muito bem humorado e que vai arranca risadas;
- Controles intuitivos e precisos.

Pontos Negativos

- Se jogado por muitos horas seguidas, pode se tornar repetitivo. Recomendo apreciação em doses homeopáticas;
- Em termos de jogabilidade, não há muitas mudanças no decorrer do jogo;
- Dificuldade pode frustrar os fracos e oprimidos.